Farmacocinética
No esquema em baixo, mostra a bioativação da psilocibina em psilocina e noutros metabolitos. A psilocina é o composto farmacologicamente ativo.
Com base em estudos feitos em animais, cerca de 50 % de psilocibina ingerida é absorvida através do estômago e intestino.
O efeito de primeira passagem é significativo, pois uma parte da psilocibina é convertida na psilocina nos hepatócitos.
Os efeitos da psilocina começam 10-40 minutos após a ingestão e terminam 2-6 horas, como podemos ver no gráfico 1, mas depende da dose, da espécie e do metabolismo individual. [1]
Dentro de 24 horas, cerca de 65 % da psilocibina absorvida é excretada na urina e cerca de 15-20 % é excretado através da bílis e fezes.
Embora a maior parte do fármaco é eliminado dentro de 8 horas, este ainda pode ser detetável na urina ao fim de 7 dias [2].
Gráfico 1-
METABOLISMO
Psilocibina
A psilocibina é a estrutura química ingerida através do cogumelo e apenas cerca de 50% do volume total de psilocibina ingerida, por via oral, é absorvido no trato gastrointestinal.
Psilocina
Psilocibina é desfosforilada em psilocina na mucosa intestinal pelas fosfatases alcalinas e pelas esterases não específicas.
Se a desfosforilação da psilocibina for inibida não existem efeitos psicotrópicos, assim a psilocina é o principal metabolito ativo da psilocibina.
DESFOSFORILAÇÃO
DESMETILAÇÃO
DESAMINAÇÃO
GLUCURONIDAÇÃO
A psilocina é glucoronizada por enzimas endoplasmáticas (UDP-glucoronosiltransferases).
4-hidroxi-indol-3-acetaldeído
O 4-hidroxi-indol-3-acetaldeido é oxidado, acredita-se ser a nível hepático pelas enzimas aldeído desidrogenase e a monoamina oxidase, a ácido 4-hidroxiindol-3-acético e 4-hidroxitriptofol.
No entanto, apenas 4% da psilocina é degradada nesta via.
OXIDAÇÃO
OXIDAÇÃO
Psilocina O-glucuronídeo
80% de psilocina O-glucuronídeo é excretada do corpo.
Ácido 4-hidroxi-indol-3-acético
4-hidroxitriptofol
Figura 1: Mecanismo de ação da psilocibina, adaptado de: (Passie T, Seifert J, Schneider U, Emrich HM., 2002).
Referências:
[1] Passie T, Seifert J, Schneider U, Emrich HM. (2002). "The pharmacology of psilocybin". Addiction Biology 7 (4): 357-64. hhtp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1080/1355621021000005937 (Acedido em 08-05-2016)
[2] Matsushima Y, Eguchi F, Kikukawa T, Matsuda T. (2009). "Historical overview of psychoactive mushrooms". Inflammation and Regeneration 29 (1): 47–58. hhtp://onlinelibrary.wiley.com/doi:10.2492/inflammregen.29.47 (Acedido em 08-05-2016)